Fontes renováveis podem reduzir os custos de produção e melhorar a eficiência industrial

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União entre pesquisa, investimento e políticas públicas para consolidar as fontes renováveis no Brasil será essencial

No painel “O Papel das Fontes Renováveis na Consolidação do Setor Energético”, do 4º Fórum Hidrogênio, especialistas discutiram desafios e oportunidades para o crescimento de fontes como solar, eólica, biomassa, biogás e hidrogênio no Brasil. O debate, transmitido durante o 4º Fórum Hidrogênio em 2024, na Bahia, trouxe à tona questões importantes sobre competitividade, custos e políticas públicas necessárias para alavancar o setor.

Um ponto amplamente abordado foi a competição desigual entre fontes renováveis e combustíveis fósseis. “Estamos competindo em um mercado onde precisamos ser melhores do que o perfeito, enfrentando uma indústria fortemente subsidiada”, destacou um dos participantes. Ele enfatizou a necessidade de políticas públicas que equilibrem esse cenário, permitindo que os combustíveis renováveis prosperem.

Outro participante ressaltou o papel da complementariedade energética como diferencial estratégico. “Além da renovabilidade da nossa matriz energética, temos novas rotas e caminhos que precisam ser demonstrados aos investidores. A participação deles é fundamental para a implementação dessas tecnologias.”

Uma das questões mais instigantes do debate foi como as fontes renováveis podem reduzir os custos de produção e melhorar a eficiência industrial, especialmente no setor de hidrogênio. “Não estamos apenas falando de produção, mas também de logística, armazenamento e contratos. É preciso um equilíbrio entre política pública, custos e expectativas do mercado”, afirmou um dos palestrantes.

Outro especialista trouxe à tona o impacto da crise no setor eólico e as dificuldades enfrentadas pela cadeia produtiva. “Precisamos evitar que os custos aumentem. A pressão inflacionária, altas taxas de juros e a saída de empresas do país adicionam desafios ao setor. A integração de fontes de energia e processos, como hubs industriais, pode ser uma saída para aumentar a competitividade.”

A biomassa, por outro lado, foi destacada como uma das fontes com maior potencial no Brasil, devido à grande geração de resíduos agrícolas e urbanos. Contudo, a falta de incentivos e barreiras políticas limitam o avanço dessa fonte. “A biomassa está disponível, mas sua utilização depende de apoio governamental e conscientização. Muitas vezes, agricultores não sabem como aproveitar os resíduos ou enfrentam dificuldades em implementar tecnologias por falta de aprovação em projetos municipais.”

A discussão também abordou o impacto ambiental do desperdício de biomassa e resíduos sólidos urbanos. “Países europeus aproveitam 100% dos resíduos para geração de energia, enquanto o Brasil ainda depende de aterros que poluem o meio ambiente. É necessário mudar essa realidade com incentivos e conscientização.”

O painel encerrou com um apelo à união entre pesquisa, investimento e políticas públicas para consolidar as fontes renováveis no Brasil. “Temos os recursos e as tecnologias. O que falta é uma articulação que una governo, empresas e investidores em torno de um objetivo comum: um setor energético mais sustentável e competitivo”, concluiu um dos debatedores.

A busca por um futuro energético sustentável exige esforços conjuntos. Enquanto isso, o setor segue avançando, ainda que desafiado por barreiras econômicas e políticas, mas com a promessa de um impacto positivo no meio ambiente e na economia brasileira.

O debate completo pode ser acessado pelo link:https://www.youtube.com/watch?v=vHdioYDaBEY.

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