Eletromobilidade: uma alternativa promissora para a descarbonização do transporte rodoviário no Brasil

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Ministério de Minas e Energia e Empresa de Pesquisa Energética lançam novo caderno do Plano Decenal de Expansão de Energia 2034, destacando as perspectivas e desafios da eletrificação no setor de transportes.

O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançaram, na última quinta-feira (29/08), o Caderno de Eletromobilidade no Transporte Rodoviário, parte integrante do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034. O documento aborda o papel crucial da eletromobilidade na transição para uma economia de baixo carbono, apresentando um panorama detalhado tanto do cenário nacional quanto internacional.

A eletromobilidade, que abrange veículos elétricos e híbridos, surge como uma das principais alternativas para a descarbonização do transporte rodoviário no Brasil. De acordo com o caderno, a eletrificação do setor pode resultar em uma significativa redução no consumo de combustíveis fósseis, substituindo mais de 28,6 bilhões de litros de gasolina equivalente para veículos leves e mais 6,3 e 2,0 bilhões de litros de óleo diesel em ônibus e caminhões, respectivamente, ao longo da próxima década.

O ministro Alexandre Silveira ressaltou a importância da diversidade de fontes e tecnologias no processo de transição energética. "Para a transição energética no setor de transportes e mobilidade no Brasil, apostamos na diversidade, na pluralidade de fontes e tecnologias. A combinação dos biocombustíveis com a eletrificação, e os ganhos de eficiência energética, são o caminho a seguir", afirmou o ministro.

No entanto, a expansão da eletromobilidade no Brasil enfrenta desafios significativos. Entre os principais obstáculos estão o alto custo dos veículos eletrificados, a necessidade de ampliação da infraestrutura de recarga e o perfil da indústria automotiva local, que atualmente foca na produção de modelos híbridos. Esses fatores limitam a penetração desses veículos, principalmente no mercado premium e entre consumidores de maior renda.

As projeções para 2034 indicam que os veículos leves eletrificados representarão cerca de 18% dos licenciamentos dessa categoria, somando aproximadamente 694 mil unidades, enquanto a frota de híbridos e elétricos deverá alcançar 3,7 milhões de veículos. Para o segmento de veículos pesados, a eletrificação tende a avançar em nichos específicos, como a entrega em última milha e ônibus urbanos, com uma participação de 16% e 26% nos licenciamentos, respectivamente.

Por outro lado, para caminhões semipesados e pesados, a tendência é de maior expansão das tecnologias híbridas e a gás natural, com o diesel mantendo sua predominância, representando 93% das vendas projetadas para 2034.

O caderno também destaca as potencialidades brasileiras para a promoção de uma economia de baixo carbono, apoiadas na produção de bioenergia, energia hidrelétrica, e nas perspectivas de expansão da geração eólica e solar. Nesse contexto, a eletromobilidade é vista como uma peça-chave para a descarbonização do transporte rodoviário no país.

O presidente da EPE, Thiago Prado, enfatizou a capacidade do Brasil em gerenciar o ritmo de eletrificação, graças à disponibilidade de combustíveis renováveis produzidos localmente e à infraestrutura existente. "A disponibilidade de combustíveis renováveis produzidos domesticamente, com capacidade instalada, tecnologia flex-fuel disseminada, e compartilhando infraestrutura de abastecimento dos fósseis, permite que o País melhor gerencie o ritmo de eletrificação, sem necessidade de se comprometer com uma rota específica”, destacou Prado.

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